domingo, 31 de janeiro de 2016

A ilustração - O Rouxinol

Ilustrações realizadas pelos alunos da turma Cab4 sobre a história "O Rouxinol" de Hans Christian Andersen.




 







A turma Cab 4

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

O Rouxinol


Os alunos da turma Cab4 trabalharam a história de Hans Christian Andersen "O Rouxinol", obra indicada para a educação literária nas Metas Curriculares de Português e no Plano Nacional de Leitura.
Realizaram o reconto da história, onde distinguiram a introdução, desenvolvimento e conclusão do texto.
Por fim, escreveram e editaram o texto no computador.

Apresento os textos produzidos pelos diferentes grupos de trabalho.

O rouxinol

          Era uma vez um Imperador que vivia no seu palácio de porcelana e tinha um jardim sem fim, cheio de lindas flores.                                                              
        Um dia, o Imperador estava a ler um livro quando reparou que o autor falava de um rouxinol, que vivia no seu bosque e que era o mais importante e belo do seu reino.
          O Imperador chamou de imediato o Camareiro e perguntou-lhe:
          - Já ouviste falar de um rouxinol que vive no meu jardim?
          O Camareiro respondeu-lhe:
          - Não, nunca ouvi falar dele!
          O Camareiro foi perguntar a todas as pessoas da corte, mas, ninguém conhecia.
          Foi então perguntar à empregada da cozinha que lhe respondeu:
        -Sim, já ouvi falar do rouxinol porque quando vou entregar os restos de comida à minha mãe, que está doente, ouço-o a cantar:
          - Leva-me até ele. Se conseguires encontrá-lo, prometo-te que serás empregada de cozinha do Imperador. - disse  o Camareiro.
          De seguida, foram procurar o rouxinol ao bosque e ouviram-no a cantar.
          O Camareiro convidou-o para ir ao palácio cantar para o Imperador, nessa mesma noite .
          O Imperador chorou de alegria ao ouvir o belo canto do rouxinol e quis lhe dar uma recompensa, um colar de chinelas de ouro.
          Em seguida, chegou uma encomenda do Imperador do Japão que era um pássaro mecânico coberto de rubis, safiras e diamantes.
      O Imperador disse que queria ouvir um dueto mas não resultou porque os dois pássaros não  conseguiram cantar ao mesmo ritmo.
          O rouxinol mecânico passou a ter o título de “Supremo portador imperial do rouxinol”.
          Sendo assim, o rouxinol verdadeiro foi banido do palácio.
          Um dia, o pássaro mecânico fez cric, depois crac e por fim, avariou.
          Passou a cantar apenas um vez por ano.
        Passados cinco anos apareceu na janela do quarto do Imperador o rouxinol que lhe cantou e ele muito doente, ficou emocionado.
       O rouxinol prometeu cantar-lhe todas as noites mas com a condição de que regressava à floresta.
      Na manhã seguinte, quando os criados chegaram ao quarto do Imperador ficaram espantados quando ouviram o Imperador dizer:
          -Bom dia!


Trabalho realizado por: Lara Marques, Beatriz Gomes, Beatriz Gil.



O rouxinol

     Há muito, muito tempo vivia num palácio um Imperador.
     Muitos viajantes visitavam o seu palácio  e o jardim. Mas o que mais adoravam era o rouxinol, de tal modo que escreviam nos livros.
     Depois de andar de mão em mão, os livros foram parar às mãos do Imperador.
     O Imperador leu e reparou que os viajantes gostaram mais do rouxinol. Aquilo não podia ser uma lenda pois o Imperador do Japão nunca haveria de mentir. Então, o Imperador disse que se não trouxessem o rouxinol naquela noite ao palácio iam ser todos chicoteados.
     Todos, assutados, na corte foram logo à procura na floresta do rouxinol. No entanto, chegaram ao palácio sem o rouxinol.
     Até que, perguntaram à empregada de cozinha se conhecia o rouxinol e ela disse que sim. Então, ela levo-os até à floresta para convidar o rouxinol.
     Sempre que os homens da corte ouviam um som gritavam de alegria, mas a empregada de cozinha dizia que não era o rouxinol.
     Então, quando ela ouviu um canto tão belo disse que estava ali o rouxinol.
     O camareiro foi à beira dele e convidou-o para ir cantar nessa noite ao Imperador.
     O rouxinol disse que o seu canto era mais bonito na floresta mas logo aceitou o convite.
     À noite, na corte, todos vestiram os seus melhores fatos, para a grande festa.
     Quando o rouxinol começou a cantar, o Imperador chorou de alegria. Quis oferecer um colar de chinelas de ouro ao rouxinol, só que ele não aceitou porque as lágrimas do Imperador já era uma boa recompensa.
     O Imperador também queria que o rouxinol ficasse no palácio para sempre com as seguintes regras: só podia voar duas vezes por dia e à noite ficava preso por doze fitas de seda amarradas aos criados.
     Um dia, o Imperador da China recebeu uma encomenda do Imperador do Japão - um rouxinol artificial coberto de diamantes, safiras e rubis.
     Pediu ao rouxinol artificial para cantar e quando o ouviu gostou muito. Então, o Imperador queria que os dois pássaros cantassem em dueto, mas eles não conseguiram.
     O Imperador baniu o rouxinol verdadeiro do seu império.
   Um dia, o Imperador estava deitado na sua cama, quando ouviu um tric e depois um trac. O rouxinol tinha avariado e a partir desse dia apenas passou a cantar uma vez por ano.
     Passaram cinco anos e o Imperador estava gravemente doente. O rouxinol verdadeiro apareceu-lhe e cantou.
    O Imperador quis partir o rouxinol artificial, mas o pássaro verdadeiro não deixou explicando-lhe que lhe tinha dado felicidade.
   Na manhã seguinte, os criados entraram no quarto a pensarem que o Imperador estava morto quando o Imperador lhes disse:
    - Bom dia!
Joana, Diogo Costa e Diana



O rouxinol

        Num dia de manhã, o Imperador da China que vivia num palácio lindíssimo teve conhecimento através de um livro que havia um rouxinol com um belíssimo canto.
        Esse pássaro vivia no bosque junto ao seu jardim.
        Então o Imperador mandou o Camareiro convidar o rouxinol mas se não o entrassem ele e todos da corte seriam chicoteados.
        De seguida, foram procurar o rouxinol mas ninguém o conhecia.
        Até que perguntaram à empregada de cozinha e ela disse que já o tinha visto no bosque.
        Ela levou o camareiro e os cortesãos ao bosque.
        Na floresta ouviram muitos sons esquisitos, até que ouviram o canto do rouxinol.
        Convidaram-no e ele disse que cantava melhor no bosque mas se o Imperador fazia questão ele ia.
        Na corte, o Imperador fez um gesto e o rouxinol começou a cantar.
        Com o seu belo canto o Imperador chorou de alegria.
        Quis compensá-lo com umas chinelas de ouro mas o rouxinol recusou e disse que as lágrimas já eram a sua recompensa.
        Também quis que ele ficasse no palácio mas só podia voar duas vezes por dia e à noite ficava preso com doze fitas de seda presas aos criados.
        Um dia, o Imperador recebeu um pacote, lá dentro saiu um rouxinol mecânico feito de rubis, diamantes e safiras.
        O Imperador quis ouvir um dueto mas os pássaros não conseguiram acertar o ritmo.
        Então o rouxinol mecânico continuou a cantar e a encantar e o rouxinol verdadeiro foi banido do palácio.
        Entretanto, o rouxinol mecânico fez um cric, seguido de um crac! O seu mecanismo avariou e a música parou.
          A partir desse dia, passou a cantar apenas uma vez por ano.
        Cinco anos se passaram e o Imperador adoeceu. O rouxinol apareceu e cantou para o Imperador e este ficou melhor.
        Na manhã seguinte, os criados entraram no seu quarto e convencidos que o Imperador estava morto, surpreenderam-se quando o ouviram dizer:
        -Bom dia!
      
Trabalho realizado por: RAFAEL e PEDRO

O rouxinol
  Há muito, muito tempo, no palácio do Imperador da China, que era feito de porcelana, havia um jardim que ninguém conhecia o fim, seguido de um bosque onde vivia um lindo rouxinol.
  Os viajantes que por lá passavam, ficavam maravilhados com a beleza do palácio e do jardim mas ficavam mais espantados com o rouxinol que cantava lindamente. As pessoas que por lá passavam escreviam muitos livros sobre aquele reino, falavam principalmente no rouxinol que os encantava com o seu maravilhoso canto. Mais tarde, um dos livros que os visitantes escreveram chegou às mãos do Imperador, vindo do Japão.
O Imperador ficou contente com os elogios ao seu reino, mas admirado com as palavras que elogiavam o rouxinol pois desconhecia a sua existência. Por isso, o Imperador mandou chamar o camareiro e perguntou-lhe se sabia alguma coisa sobre rouxinol. 
 - Eu não sei nada sobre ele! - respondeu o camareiro.
Então, o Camareiro a pedido do Imperador foi logo à procura do rouxinol. O tempo foi passando e o Camareiro sem dar resposta.
Quando o Imperador começou a ficar impaciente, o Camareiro regressou e disse que não sabia do rouxinol.
O Imperador ameaçou a corte:
- Se vocês não encontrarem o rouxinol até à noite vão ser todos chicoteados!
O Camareiro foi avisar a corte e todos foram logo à procura do rouxinol.
Foram perguntar a uma empregada de cozinha se conhecida o rouxinol.
- Quando vou levar os restos de jantar à minha mãe, que está muito doente, ouço na floresta o rouxinol. – respondeu a empregada de cozinha.
  - Se tu me levares ao rouxinol, dou-te um emprego permanente nas cozinhas e encarregas-te das refeições do Imperador.
Todos participaram na busca do rouxinol. Pelo caminho, ouviram sons de outros animais e logo saltaram de alegria a pensar que era o rouxinol mas a cozinheira dizia-lhes que não era ele. Continuaram a andar e rapidamente a cozinheira disse:
- É ele! Ouçam!
Eles dirigiram-se ao rouxinol e disseram:
- Sua excelência, o Imperador real, convida-o a ir ao palácio real, cantar com toda a corte reunida.
- O meu canto percebe-se melhor no meio da natureza. – disse o rouxinol.
Mas lá aceitou e partiram para o palácio.
Quando chegaram ao palácio, este estava a brilhar, o rouxinol foi para um poleiro de ouro junto ao trono do Imperador.
Os nobres da corte vestiram as suas melhores galas, e foram chegando aos poucos ao palácio.
Quando começou a gala deram autorização à pequena cozinheira para ficar atrás da porta, de modo a escutar o canto do rouxinol.
O Imperador fez um gesto ao rouxinol para começar a cantar.
O canto do rouxinol foi tão belo que comoveu o Imperador com lágrimas de alegria. Quis oferecer um colar de chinelas de ouro mas o rouxinol disse:
- As lágrimas de um Imperador é a melhor recompensa que pode haver.
O Imperador disse que ao menos ficasse a viver no palácio e o rouxinol aceitou.
A partir de aí, podia voar duas vezes por dia mas à noite ficava amarrado por doze fitas de seda a cada um dos doze criados.         
Mais tarde, chegou uma encomenda para o Imperador. Era um rouxinol mecânico coberto por diamantes, rubis e safiras.
  Trazia uma mensagem que dizia: "O rouxinol do Imperador do Japão é muito humilde em comparação ao do Imperador da China."
  O Imperador pediu para fazerem um dueto com o rouxinol verdadeiro e o rouxinol mecânico.
  Nenhum dos dois conseguia cantar ao mesmo tempo por isso, o Imperador pôs o rouxinol mecânico a cantar sozinho.
  Ele gostava muito de o ouvir mas também queria ouvir o rouxinol verdadeiro.
  Mas quando disse para ele começar a cantar o rouxinol verdadeiro tinha desaparecido.
  Um dia, quando o Imperador estava a ouvir o rouxinol mecânico este fez um som:
  - Cric! E depois:­­­­­­­­ -Crac!
  O Imperador mandou chamar o relojoeiro mas este não conseguiu arranjá-lo.
  A partir daí, começou a funcionar apenas uma vez por ano.
  Passaram-se cinco anos e o Imperador adoeceu gravemente.
  Um dia, o rouxinol apareceu e cantou o mais belo canto que deu forças ao Imperador.
- Como te posso recompensar? - perguntou o Imperador ao rouxinol.
- Já me recompensaste da primeira vez que cantei para ti. – disse o rouxinol.
- Vou partir o rouxinol mecânico em mil pedaços.
- Não faças isso. Ele trouxe-te felicidade enquanto pode. Promete-me uma coisa. - disse o rouxinol.
- Tudo o que quiseres! – interrompeu o Imperador.
- Não digas a ninguém que tens um passarinho que te conta tudo. Agora descansa em paz. – disse o rouxinol.
  No dia seguinte, os empregados foram ao quarto do Imperador convencidos de que ele estava morto, mas o Imperador surpreendeu-os dizendo:
- Bom dia!               

   Gabriel, Diogo Manuel e Paulo   

Bom trabalho!

A turma Cab4                                                      

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Adjetivos, pronomes e determinantes

Apresento alguns vídeos, para efetuarem uma revisão de alguns conteúdos programáticos de Português, ao nível gramatical.
Estes conteúdos são seguidos de exercícios práticos, para consolidação imediata dos conhecimentos adquiridos.



Bom estudo!
A turma Cab4

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Contadora de histórias

No dia 11 de janeiro tivemos a visita da Ana Esteves, contadora de histórias, que nos deliciou com a história da autora Luísa Dacosta, intitulada "História com recadinho".


Apesar de se tratar de uma história adequada aos alunos do 4º ano, e que a turma Cab4 já trabalhou em contexto de sala de aula, todos os alunos ouviram com muita atenção e entusiasmo.



No final da história e para demonstrarem que escutaram e perceberam a narrativa foram feitas algumas questões e obviamente que todos os alunos souberam responder.





                            

Para relembrar a história, ouvir e repetir apresentamos a "História com recadinho" contada pela Ana Esteves, na nossa escola.



É com muito gosto que recebemos a Ana pois a forma carinhosa, entusiasta e contagiante como conta qualquer uma das histórias que apresenta, e faz com que as nossas crianças se interessem pela aprendizagem através do mundo da fantasia e do lúdico.

A equipa de Cabeçudos agradece a sua presença e espera de novo a sua simpática visita.

A equipa de Cabeçudos

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Algoritmo da divisão

Apresento um vídeo sobre o algoritmo da divisão, com dois algarismos, para rever e treinar sempre que necessário.


Bom trabalho!

A turma Cab4

Texto narrativo

O texto narrativo é um texto em que o narrador conta uma história, real ou imaginária, onde entram personagens que se envolvem numa ação, situada num espaço e tempo concretos.

Para melhor compreensão deste tipo de texto, apresento um vídeo.

Bom estudo!

A turma Cab4

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Concerto de Reis

No dia 8 de janeiro, a EB1 de Cabeçudos, apresentou à comunidade escolar o tradicional Concerto de Reis. 



Os alunos da escola apresentaram uma dramatização e uma peça musical. No programa ainda podemos contar com as janeiras cantadas pela Associação de Pais. 





No intervalo do espetáculo houve oportunidade para todos os presentes conviverem. 



Foi um espetáculo muito animado e que pretendeu mostrar o trabalho desenvolvido pelos professores de educação musical, a professora Luísa Rodrigues, e pelos docentes titulares de turma. 



A equipa de Cabeçudos agradece a colaboração e a presença de todos. Um muito obrigado à associação de pais que preparou toda a logística do concerto. 

A equipa de Cabeçudos!

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Inverno - Cab3

A turma Cab3 realizou este trabalho na aula de expressões, com o professor Sérgio. 
Um trabalho coletivo!
 O tema é fácil....
 ...o inverno!

Bom trabalho!

A turma Cab3

A Divisão

Os alunos do 3º ano estão a aprender a Divisão. 

Fiquem com estes vídeos.






Bom trabalho!

Cab3

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

REUNIÃO COM OS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO


A Reunião para a entrega dos Registos de Avaliação será no dia 7 de janeiro, às 18h30m

A equipa educativa da EB1 de Cabeçudos conta com a presença de todos os Encarregados de Educação. 





A equipa de Cabeçudos

sábado, 2 de janeiro de 2016

HISTÓRIAS

Para terminares as tuas férias de Natal de forma interessante  e divertida, sugerimos-te a leitura de algumas histórias.

 

Os contos de Natal são histórias recheadas de bons ensinamentos. 
Entra nesta viagem e delicia-te nestas aventuras!



O melhor Natal do António
A mãe chegou a casa atordoada, a queixar-se dos pés e a barafustar contra as lojas cheias de pessoas. O pai do António é que ouviu:
— Chego a casa e é este cheiro a fritos. Não estás farto de saber que me enjoa? Para mais grávida, e no oitavo mês.
— Desculpa — respondeu ele, atrapalhado — era para ser uma surpresa, gostas tanto de sonhos…
— Olha, desculpa-me tu, mas sinto-me tão mal…
Deram um beijo e ela foi deitar-se um pouco, agora a sentir-se mais culpada do que cansada, e foi ele, desconsolado, arrumar a cozinha.
O António levantou-se do sofá, foi encostar a porta da sala e ligar a televisão. Desligou-a logo de seguida: todos os natais o mesmo filme!
Felizmente, chegaram os avós e foram os três jogar à sueca aberta. Entretanto, os pais apareceram, com ar de quem já fizera as pazes e trouxeram figos, amêndoas, nozes, pistáchios e pinhões.
A avó afastou os cabelos dos olhos da mãe do António, como fazia quando ela ainda era a sua filhota esgrouviada, e perguntou-lhe:
— Lembras-te, Leonor, de quando ia buscar-te ao colégio e passávamos pela loja dos pássaros e eu te comprava um colar de pinhões? Só os comias em casa, porque gostavas de ir na rua com o colar, vaidosa…
— Eram ao preço da chuva, não eram? Até custa a crer.
Na televisão estava uma locutora a dizer que já ninguém enfeitava a árvore com fitas, que agora se usavam laços e que havia cada vez mais decorações de Natal: era o fecho das notícias. O António olhou para a árvore lá de casa, igual todos os anos, com bolas de várias cores e fitas prateadas e douradas, largas e muito fininhas, e pensou se seria uma árvore feia. Depois olhou para a locutora e percebeu que feia era ela.
Quando a tia Cristina chegar — pensou o António — com o tio Rui e as gémeas, vai ter tudo de andar encostado às estantes, a encolher a barriga. Na casa da avó sempre há mais espaço; aqui, a árvore de Natal quase ocupa a sala.
Faltava ainda o tio Gastão, mas esse não viria. É o único irmão do pai do António. Sente-se pouco à vontade entre muitas pessoas, de modo que não gosta especialmente do Natal, embora lembre com saudade os natais de quando era pequeno e os pais ainda eram vivos.
Naquele dia, o tio tinha ido buscar o António para o levar a almoçar fora. Preferiram ir a pé, a sentir o frio seco dos dias de Natal que chama as lágrimas aos olhos, põe os narizes vermelhos e faz andar as pessoas mais depressa nas ruas.
Passaram por três pais natais a distribuir publicidade de máquinas de lavar e coisas assim. Lembrou-se o António:
— Se os miúdos mais pequenos vêem estes pais natais todos, ficam a perceber que não há aquele outro.
E o tio Gastão, que há muitos anos deixou de acreditar no Pai Natal, pensou que realmente o que lhe valia era ter aquele sobrinho.
No restaurante chinês, o António pediu duas tigelas de arroz chau-chau e três crepes, que comeu com garfo e faca, orgulhoso do tio, que comia com pauzinhos como se fosse a coisa mais fácil do mundo.
Antes de se despedirem, já em casa, o tio Gastão tirou do bolso um presente para o António: uma enorme caneta preta, antiga e de tinta permanente, que o António se habituara a admirar no escritório do tio.
Para o Zé Manel, o Natal significa ter mais formas de bolos para lamber, uma árvore para tentar deitar ao chão, com muitas bolas e fitas para arrancar, e o colo das gémeas. É difícil compreender a simpatia que ele tem pelas primas do António, mesmo porque elas são muito magricelas, e os gatos, muito naturalmente, preferem colos fofos. Como os bebés, aliás. Nem elas tão-pouco lhe deram alguma vez de comer. E, no entanto, desta vez, como sempre, assim que a Cláudia e a Vera chegaram, o bicho correu para elas e não as deixou mais. Elas sentaram-se muito juntinhas no sofá e o Zé refastelou-se, metade nas pernas de uma, metade nas da outra. Como se as duas tivessem um só colo, muito comprido — uma boa cama, embora dura.
Qualquer par de gémeos é sempre um pouco cómico. Estas, então, imaginem: sempre juntas, sempre de auscultadores e a trocá-los — uma quer a toda a hora que a outra oiça uma música qualquer. O António farta-se de rir, mas elas não se sentem gozadas. Nunca amuam, riem-se simplesmente também. São muito boas pessoas.
A mãe do António foi mostrar à irmã as prendas de Natal que já tinha recebido de amigos: tudo roupinhas para o bebé. A tia Cristina até pensou: coitada da Leonor, também há-de gostar de receber coisas para ela! Ainda bem que lhe comprei um perfume.
De facto, não são só as crianças que precisam de mimo e, se a mãe do António tivesse lido os pensamentos da irmã, não teria depois dado tanta importância ao que ela disse.
— Ainda todas amarelas, vá que não vá. Mas as outras… Jesus, que foleiras! — disse a tia Cristina.
— Que mal é que têm?! — perguntou a mãe do António, a rir-se do entusiasmo com que a irmã protestava sempre, contra tudo e todos.
— Mas tu não vês que as cores não dizem?
— Olha, eu gosto… — arriscou a mãe do António.
— Também, tu gostas de tudo.
Foi só uma pequena falta de jeito, mas o certo é que a mãe do António ficou instantaneamente com um nó na garganta. Pôs-se a pensar no seu dia-a-dia, no que fazia e no que não fazia, no pequeno círculo de pessoas com quem se dava. Seria pouco?
A tia Cristina não tinha querido magoar ninguém, até porque ela não achava realmente que a vida da irmã fosse pobre. E quando a mãe do António se escapou discretamente para a casa de banho, só houve uma pessoa que percebeu que alguma coisa não estava bem: foi o tio Rui. A sensibilidade dele deve ser das mais inteligentes de Portugal — até faz impressão. E como a cunhada é das maiores amigas que ele tem, foi-lhe fácil passar o serão a conversar com ela e a pedir-lhe opiniões e conselhos. Aos poucos, a mãe do António foi voltando a gostar de si própria.
À meia-noite abriram-se as prendas. O António ficou um bocado decepcionado, porque queria um par de chuteiras e teve um par de sapatos. O que vale é que, com este par de inutilidades, os pais deram-lhe cinco volumes da colecção Langelot — agente secreto. Os avós desta vez não lhe deram peúgas, mas deram-lhe um pijama! Os tios é que lhe ofereceram uns binóculos fantásticos e as gémeas gravaram-lhe, da rádio, uma série de músicas da moda que não suportam, mas que sabem que ele adora. Foram impecáveis.
Ainda não eram oito da manhã quando o pai acordou bruscamente o António: a mãe tinha começado com dores, tinha de a levar à maternidade. Não sabia se ela ia ter o bebé já ou se voltava para casa. Talvez por não se terem completado ainda os normais nove meses de gravidez, o pai do António estava incrivelmente nervoso. Pegava em coisas e largava-as, esquecia-se do que estava à procura, mexia-se demasiado e nunca mais saía de casa. Por fim encostou-se a um móvel e pousou a testa na mão, com um ar desesperado. A mãe do António também já estava prestes a perder a calma, menos pelas dores do que pelo marido. E suplicava:
— Por favor, agora é a minha vez de estar nervosa e a tua de estares forte. Vamos embora!
O António estava apavorado, mas percebeu que tinha de arranjar forças para se conter. E então, dando umas palmadinhas no braço do pai, começou a falar-lhe com voz firme:
— Pai, quando fui eu, a mãe também teve dores, não foi? E depois passaram. A mãe não ficou com nenhuma raiva de mim, esqueceu tudo e ficámos os dois bem de saúde. Agora há-de ser a mesma coisa. E a mãe até faz ginástica para aprender a respirar bem e a ajudar o bebé a sair… não vai custar muito, pois não, mãe?
— Vai ser canja — respondeu a mãe.
Só quando se viu sozinho em casa é que o António pôde sentir medo à vontade. Sabia que não era canja. Mesmo tendo aprendido que as mulheres alargam durante a gravidez para o bebé poder passar, aquilo parecia-lhe uma grande violência.
A tia chegou para lhe fazer companhia e disse-lhe que o mais provável era terem feito mal as contas e o bebé estar já prontinho. Explicou-lhe também que o segundo filho custa sempre menos, principalmente quando a mãe é novinha, e que na família dele todas as mulheres eram boas parideiras, pelo que dali a uma hora já teriam com certeza notícias. E começaram a pensar em nomes.
— E se fosse Sebastião? — sugeriu o António.
— Não, que esse come tudo, tudo, tudo.
— E João?
— Não, que lá morreu o João Ratão, cozido e assado no caldeirão.
— E Rodrigo?
— Rodrigo é a paixão da Júlia. Não conheces? Eu conto.
E contou: o tio Rui e a irmã, a Júlia, cresceram numa quintarola, no Alentejo, onde havia um porquinho, muito gordinho e asseado, e mais meia dúzia de bichos: a porca, o porco, umas galinhas e um burro.
A Júlia era levada da breca. Gostava de correr e assustar as galinhas, de cavalgar e de enfeitar o burro com colares, chapéus e écharpes da mãe. E adorava o porquinho, a quem dera o nome de Ro- drigo. Aqui é que começaram os problemas com os pais. Ora ia buscá-lo às escondidas, à noite, e o aconchegava entre as melhores camisolas ou as melhores mantas, numa gaveta aberta da cómoda do quarto; ora lhe punha uma babete e lhe dava às colheres dos melhores doces de ovos que havia na cozinha; ora tentava levá-lo às cavalitas, muito curvada e vermelha com aquele peso, quase a deixá-lo cair. Os pais tentaram tudo para a «curar» daquele amor. Primeiro tentaram convencê-la de que tudo aquilo era mal empregue num porco. Resposta da Júlia: «Devemos tratar bem os nossos amigos e ele é o meu maior amigo». Depois argumentaram que era bom ela fazer novos amigos, desta vez pessoas. Resposta da Júlia: «Mas quando fazemos novos amigos devemos esquecer os outros?». A seguir explicaram-lhe que as pessoas só brincam com animais de estimação, como cães, gatos, etc… e que os porcos eram animais úteis, bons no prato. Aí a Júlia desatou a berrar que o amigo dela não era só um porco, era o Rodrigo, que ela estimava muito; e que se alguém voltasse a falar em cozinhar o Rodrigo, ela deixava de comer o que quer que fosse. O pior é que os pais tinham a certeza absoluta de que ela faria tudo o que estava a dizer.
A Júlia cresceu e o Rodrigo também. O tio Rui casou e mudou-se para Lisboa, onde conhecera a tia, e a Júlia só não casava porque não queria. Finalmente, houve um namorado que concordou que os ares de Lisboa não eram bons para o Rodrigo e que era melhor ficarem todos na terra deles. Casaram, lá estão, e não hão-de deixar nunca que alguém coma carne de Rodrigo à alentejana. Há-de morrer de velho, este porco.
Acabada a história, tocou o telefone. Foi a tia Cristina que atendeu e, pela cara dela, o António percebeu logo que estava tudo bem. O parto tinha sido fácil, a mãe estava bem e já podia receber visitas, o bebé era pequenino e tinha de ficar ali uns dias sob vigilância, mas também parecia estar muito bem. E era uma menina! O António percebeu então que tinha sido um disparate preferir um irmão, pensar em nomes de rapazes e planear jogos de bola: agora estava tão contente com a irmã! Como era dia de Natal, o António decidiu que tinha de dar um presente à irmã e pediu por isso à tia Cristina que o levasse a uma loja de brinquedos, de caminho para a maternidade. Ela lembrou-lhe que todas as lojas estavam fechadas, mas que seria muito engraçado se o António desse à irmã o urso de que ele mais gostava quando era pequeno. Ele achou uma boa ideia e foram os dois fazer um grande embrulho, com uma fita cor-de-rosa, porque era para uma menina.

Mónica Leal da Silva
O melhor Natal do António
Lisboa, Edições Cotovia, 1993

Então, gostaste? Podes ler outras histórias. Vê os seguintes títulos, escolhe e clica no título da história



Para além da leitura, também podes ouvir histórias. Esta opção é ideal, especialmente para os alunos do 1º ano que ainda não conseguem ler de forma clara e fluente.

Clica no endereço em baixo.


A equipa de Cabeçudos